(Foto: Gmais)
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça feira (30 de agosto), a delegada responsável pela investigação do caso da mulher suspeita de matar filhos em Guarapuava, Ana Hass, deu detalhes sobre o crime.
De acordo com a delegada, a mãe, de 30 anos, foi localizada no momento da prisão sentada no braço do sofá do apartamento. A delegada esclareceu ainda, que descarta a possibilidade da mulher ter sofrido um surto no momento em que teria cometido o crime e que a polícia teve conhecimento sobre a morte das crianças por um advogado que cuida da questão da pensão alimentícia da família.
““Justamente pelo fato dela mesmo ter afirmado que nunca passou por um tratamento e nunca teve nenhum outro tipo de episódio, nós não estamos trabalhando com essa hipótese, de que a suspeita tenha passado por um surto. Até porque toda a dinâmica dos fatos nos leva a crer que isso não aconteceu. Primeiramente ela teria até premeditado este crime e posteriormente, ao passar 15 dias com as crianças, nós entendemos que ela passou esse tempo bolando estratégias de defesa ou bolando formas de se escusar e apresentar as forças policiais”, explicou a delegada.
Segundo Ana Hass, o advogado que informou a polícia sobre o crime, somento repassou a informação, mas não assumiu o caso. A delegada disse ainda, que nenhum advogado se apresentou na delegacia como parte da defesa da mulher.
Nessa segunda feira (29), foi realizada uma audiência de custódia, porém a prisão preventiva de Eliara Paz Nardes que havia sido decretada foi mantida. A suspeita está presa, mas segundo a delegada ela não está em Guarapuava e também não foi transferida para Pitanga. O local onde a mulher se encontra foi mantido em sigilo pela investigação.
Cartas encontradas no apartamento
Duas cartas escritas pela suspeita foram encontradas pelos policiais no apartamento. Segundo a delegada os textos foram redigidos durante o tempo em que ela ficou com as crianças já mortas no apartamento, como uma justificativa ao crime cometido. “ A suspeita relatou nas cartas que tinha dificuldades para cuidar dos filhos e que sofria com a ausência da família”, conta Ana.
A suspeita é que o crime tenha sido premeditado já que em uma das cartas Eliara relata insatisfação de como andava sua vida após ter conhecido o pai de seu filho mais novo.
““Foram escritas duas cartas, uma de oito páginas e outra de três ou quatro. Em uma delas dizia que até o momento em que ela tinha só a filha a vida dela era boa, apesar do pai da filha ser falecido, ela ainda conseguia, mas depois que ela encontrou o pai do menino, tudo se tornou (palavrão), porque ele era um pai (palavrão). É bastante interessante porque parece que ela tem rancor muito grande do pai do menino”, detalhou a delegada.
Ainda nas cartas a suspeita fez comparações entre sua vida e a vida que o pai do menino levava. Segundo a Eliandra enquanto ela estava cuidando dos filhos o pai do pequeno estava curtindo a vida, namorando. “Então fica bem claro que era uma vida que ela não queria. Falando de forma bem direta, ela ‘se livrou’ dos filhos, na tentativa de talvez ter uma nova vida”, disse a Ana.
O CASO
A suspeita foi presa no último sábado (27) no apartamento em que vivia com os dois filhos, uma menina de dez anos e um menino de três. Os policiais chegaram até ela, após um advogado da família que cuidava das questões de pensão alimentícia entre a suspeita e o pai do menino.
A suspeita disse à polícia que matou o menino de três anos no dia 13 de agosto, e que depois assassinou a filha, de dez anos, no dia 17 de agosto.
Segundo a delegada, Eliara disse me depoimento, que pretendia cometer suicídio, que foi até um rio disposta a se jogar, porém estava muito frio e resolveu não cometer o ato. Ela justificou também que estava cansada de cuidar das crianças.
Após os assassinatos, a mulher teria deixado os corpos em seu quarto, em cima da cama, cobertos e seguiu morando no apartamento normalmente até entrar em contato com o advogado. Ela confessou os crimes, foi presa em flagrante pelos homicídios, por ocultação de cadáver e fraude processual. (LEIA MAIS SOBRE O CASO AQUI)
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