quinta-feira, 9 de junho de 2022

Paraná inicia atividades para atualização da lista estadual de espécies ameaçadas de extinçãoAs listas de espécies ameaçadas são consideradas instrumentos de política pública, capazes de subsidiar estratégias de recuperação de espécies e seus habitats, na definição de novas Unidades de Conservação e nos programas de pesquisa e educação ambiental


                        (Foto: Denis Ferreira Netto)

O Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT), iniciou as atividades para a atualização e revisão da Lista Estadual de Espécies de Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção. A ação está prevista no Plano de Ação Territorial (PAT) Caminho das Tropas Paraná-São Paulo, trecho que vai da região dos Campos Gerais e Campos de Guarapuava, no Paraná, até o Estado de São Paulo, passando por Itararé.

O PAT é coordenado pela Sedest e pela Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura de São Paulo (Sima). O plano é apoiado no âmbito do Projeto “GEF Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente”. Os trabalhos serão realizados ao longo de um ano, com previsão de entrega em julho de 2023.

A instituição que vai executar a revisão e atualização da Lista no Paraná é o Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, selecionada por meio de uma carta convite publicada pela WWF-Brasil, agência executora do Projeto Pró-Espécies.

Segundo o biólogo e pesquisador do Mater Natura, Peterson Trevisan Leivas, o trabalho vai trazer um ganho para a conservação do Estado como um todo e também contribuir para avaliação de risco de espécies ameaçadas em todo o País.

“O estudo vai deixar claro para nós quais são as espécies que merecem atenção e esforços para sua preservação e os ambientes em que as espécies ocorrem. Esse documento também vai dar subsídio à tomada de ações referentes a territórios, como, por exemplo, a criação de unidades de conservação”, disse.

A gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Calderari, ressalta a necessidade de revisar e atualizar a lista, pois ela está defasada. “Após a última lista publicada, tivemos novos conhecimentos adquiridos, além da ocorrência de outros vetores de pressão. É importante compilar informações das espécies de fauna que ocorrem no Estado do Paraná para subsidiar a avaliação do status de ameaça da fauna estadual”, afirmou.

“A recomendação é que as listas de espécies ameaçadas sejam documentos dinâmicos, revisados a cada cinco anos. Esta é uma grande oportunidade para atualizar os dados das espécies da nossa fauna”, destacou a bióloga e coordenadora de Recursos Naturais e Educação Ambiental da Sedest, Fernanda Braga.

As listas de espécies ameaçadas são consideradas instrumentos de política pública, capazes de subsidiar estratégias de recuperação de espécies e seus habitats, na definição de novas Unidades de Conservação e nos programas de pesquisa e educação ambiental. Também são fundamentais nas análises de impactos ambientais, avaliação de condicionantes e medidas compensatórias em processos de licenciamento.

LISTA 

O Paraná foi precursor na elaboração das Listas de Espécies Ameaçadas Estaduais e do Livro Vermelho da Fauna Constituída, em 1995, instrumento fundamental na popularização e divulgação das espécies ameaçadas, sendo o primeiro do País a criar uma lista regional.

Em 2004, a lista teve sua primeira atualização e ampliação, havendo em 2010 a revisão de mamíferos ameaçados de extinção e, em 2018, a revisão da lista de aves. O trabalho a ser desenvolvido ao longo deste ano visa a revisão e atualização da lista no Paraná com a inclusão de novos grupos de invertebrados.

O Projeto Pró-Espécies é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Departamento de Espécies (Desp/MMA) e implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora.

PAT 

 A revisão e atualização da lista é uma das 70 ações que constituem o Plano de Ação Territorial Caminho das Tropas Paraná-São Paulo. Essa foi uma antiga via terrestre de ligação do Rio Grande do Sul com a Capitania de São Paulo durante o período do Brasil Colônia. A partir das décadas de 1910 e 1920 houve a construção de rodovias neste trecho.



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