sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Denúncia aponta desvio de dinheiro de crianças carentes do PROAM para pagar show sertanejo no mandato de Adelmo em Prudentópolis Fato teria ocorrido na Fenafep de 2016, quando Adelmo era candidato à reeleição

Uma denúncia grave de possível desvio de recursos públicos foi apresentada contra o ex-prefeito e hoje candidato a prefeito de Prudentópolis, Adelmo Luiz Klosowski.

De acordo com a denúncia, o ex-prefeito teria participado do desvio de recursos destinados ao atendimento de crianças carentes do Programa de Atendimento ao Menor (PROAM) para o pagamento do show da dupla sertaneja Munhoz e Mariano, na Festa Nacional do Feijão Preto (Fenafep) de 2016.

Os valores desviados, conforme a denúncia, chegam a R$ 32 mil.

O CASO

No dia 13 de agosto de 2016, um sábado, o show contratado para animar a Fenafep foi Munhoz e Mariano. Porém, até o final da noite, a bilheteria não teria sido suficiente para pagar a dupla sertaneja e o contrato exigia o pagamento antecipado para que a apresentação fosse realizada.

O ex-prefeito Adelmo Klosowski, preocupado com a repercussão negativa de um possível cancelamento do show, levando em conta que 2016 era ano de eleições e ele era candidato à reeleição, reuniu um grupo de amigos e viabilizou o valor que faltava para o pagamento integral do show.

A dupla subiu ao palco e realizou o show após o pagamento do valor estipulado em contrato.

Porém, passada a festa, Adelmo exigiu da então secretária de Assistência Social, Jane Poli, o ressarcimento do valor pago por ele e os demais amigos para a realização do show de Munhoz e Mariano.

Através da ex-secretária, outras duas funcionárias foram envolvidas no esquema de levantamento de recursos para serem devolvidos a Adelmo e os amigos.

8 MIL REFRIGERANTES PARA 80 CRIANÇAS

Uma das soluções encontradas por Poli e pelas duas funcionárias, foi a emissão de uma Nota Fiscal “fria” para levantar parte dos recursos. A NF 152530, de uma distribuidora de bebidas da cidade, que era gerenciado pelo marido da ex secretária Jane Poli, levantou R$ 15.252,00, o suficiente para a compra de oito mil refrigerantes, para um programa que atende 80 crianças.

Além desse valor, outra Nota Fiscal “fria”, no valor de R$ 16.349,00, teria sido emitida no dia 23 de agosto, emitida por uma loja de móveis na cidade, tendo como objeto a reforma de dois jogos de sofá na Casa Lar.

SEM AUTONOMIA

Conforme a denúncia, os valores levantados com a emissão de notas “frias” cobriu o rombo da festa com a dupla sertaneja. A denúncia aponta ainda que o presidente da entidade nunca teve autonomia e nem conhecimento das coisas que aconteciam no SOS, sendo que ele só assinava o que lhe enviavam da Secretaria de Assistência Social, como carteiras de trabalho para contratação ou demissão e um outro documento de questão administrativa.

O presidente da entidade, na boa fé, emprestou o seu nome, bem como a tesoureira, sem terem conhecimento das irregularidades denunciadas.

Em 2016, a Festa Nacional do Feijão Preto (Fenafep) ainda era realizada pelo Serviço de Obras Sociais (SOS) do Município.

A partir de 2018, a maior parte dos funcionários do SOS saiu da Prefeitura.

Nos anos seguintes, a Fenafep passou a ter licitações e uma empresa passou a ser a organizadora do evento.

As duas funcionárias que teriam auxiliado no levantamento dos recursos, ainda são servidoras na Prefeitura.

A ex-secretária Jane Poli hoje disputa uma vaga na Câmara de Vereadores.

A situação da Nota Fiscal emitida pela Distribuidora de Bebidas já foi objeto de levantamento especial do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, que investiga o caso.

O atual contador do SOS é marido da secretária de Turismo e, coincidentemente, também é o contador pessoal do ex-prefeito Adelmo Klosowski.

Os nomes das servidoras foram preservados, mas estão à disposição para uma eventual apresentação dos fatos à Justiça. Os dados relativos à denúncia, como as notas fiscais “frias” e a prestação de contas do ano de 2016, estão arquivadas e à disposição na Sala dos Conselhos.

O valor pago a cerca de oito mil refrigerantes em uma única nota fiscal, são considerados fora do normal, uma vez que o SOS não teve nenhuma atividade que justificasse a quantidade adquirida para o período da emissão da NF.

O gerente da distribuidora que emitiu a Nota Fiscal “fria”, atualmente é servidor público da Prefeitura de Prudentópolis, em cargo de comissão.

Vale destacar que a dupla Munhoz e Mariano não teve participação ou sequer conhecimento da maneira utilizada para que show fosse pago. A empresa que contratou a dupla apenas exigiu o fiel cumprimento do contrato.
Fonte:Gmais Notícias 

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