O Paraná tem 94,2% das cidades infestadas pela dengue. Ou seja, 376 municípios registram disseminação do mosquito dentro dos domicílios. Entre 1º de julho e 31 de agosto, dos 399 municípios paranaenses, nove foram classificados como ‘em situação de risco de epidemia’, 88 em ‘alerta’ e 237 em ‘situação satisfatória’.
É isso que o informe entomológico produzido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aponta. O boletim visa levantar informações sobre a interação do mosquito da dengue, Aedes aegypt, com o ambiente. Em entrevista à Mirian Villa, repórter da BandNews FM Curitiba, a chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, Emanuelle Gemin Pouzato, explica que, por meio dos dados coletados, é possível recomendar medidas de controle mais assertivas.
“Como essa doença é de transmissão vetorial, é muito importante que a gente possa entender essa dinâmica da presença, da quantidade, da infestação e da disseminação do vetor nos territórios. É muito importante fazer esse monitoramento para a gente poder, então, preventivamente, atuar naqueles locais onde estão tendo uma maior infestação do vetor Aedes aegypti e, assim, prevenir, diminuir, minimizar os impactos da transmissão do vírus pelo vetor”, esclarece.
O informe divulgado nesta semana aponta que, entre os meses de julho e agosto, a cidade com maior índice de infestação foi Floraí, no noroeste, com índice de 5,6%.
Em relação aos principais criadouros do mosquito da dengue no Paraná, os vasos e frascos com água, recipientes de gelo em geladeiras, bebedouros, materiais em depósito de construção e objetos religiosos lideram o ranking, com 36,2%.
Na sequência, aparecem recipientes plásticos, garrafas, sucatas em pátios e entulhos de construção, com 25,5%, e depósitos para armazenamento doméstico, com 15,9%. Emanuelle detalha que esses dados são fundamentais para os municípios criarem políticas públicas de conscientização.
“A maior parte dos criadores encontrados ainda se refere a lixo. Então, ações relacionadas à coleta seletiva de forma periódica, intensificação da mobilização junto às comunidades são importantíssimas para a gente poder ter esse tipo de depósito retirado do ambiente. E isso terá, consequentemente, um impacto nos números da dengue e na transmissão da doença”, sugere.
No Paraná, o índice de infestação predial é divulgado a cada dois meses. Por meio da relação do número de imóveis positivos, as cidades são classificadas conforme o risco para desenvolvimento de epidemia. Municípios considerados em condições satisfatórias ficam abaixo de 1%; em condição de alerta entre 1 e 3,99% e em risco de desenvolver epidemia quando o índice atinge 4%. O documento classifica cidades infestadas pela dengue aquelas com disseminação e manutenção do vetor nos domicílios.
Desde 28 de julho (quando o novo período epidemiológico iniciou), o Paraná acumula 12.368 notificações, 1.651 casos confirmados e nenhuma morte em decorrência da doença.
Fonte:Gmais Notícias
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